A ANAC deixou-se dormir

A venda da TAP foi assinada em Junho de 2015 e concluída em Novembro, como que à socapa, por um governo PSD/CDS que já estava de saída. Tudo foi colocado em causa durante estes meses: os contornos do negócio, a sua legalidade e, muito a propósito, a legitimidade de um governo de gestão para concluir a venda. O governo mudou, a maioria mudou, e mudaram também os meses do calendário. O negócio feito na bruma foi meio desfeito para permitir ao Estado manter a empresa sob domínio público, algo considerado impossível por muitos.

No entanto, só agora a Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC) se veio pronunciar sobre a venda e levantar dúvidas sobre quem manda afinal no consórcio comprador Atlantic Gateway: se o português Humberto Pedrosa ou o americano e brasileiro David Neeleman. E com este acordar tardio para a realidade, colocou a administração da TAP em gestão.

Onde estava a ANAC quando o negócio estava a ser discutido e fechado? Provavelmente ocupada a cozinhar com o anterior governo de Passos e Portas o escandaloso aumento salarial de 150% dos seus administradores…

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