O mundo ao contrário

Ontem fui dormir pensando que conhecia o mundo. Hoje acordei num mundo ao contrário.

Um mundo que se transforma e se desfigura numa soma de pessoas que caminham apenas na companhia de si próprias. Um mundo onde nos esquecemos do outro. Mas também um mundo cansado, envelhecido, revoltado com o que tem e o que não tem. Um mundo que aceita discriminação, xenofobia e misoginia em troca de (mais) um horizonte de promessas.

Não é Trump que me preocupa. O que me preocupa são as pessoas que o aceitam, o seguem e o aplaudem. O que me preocupa é este estado de coisas que cria os Trumps deste mundo. Trump, Órban, Erdogan, Putin, Assad, al Baghdadi – são apenas nomes que espelham o mundo que temos. Um mundo sem valores, sem humanidade, onde as pessoas são números, onde as emoções são virtuais e onde o tempo é agora.

Aconteça o que acontecer com a administração Trump, a semente que o fez nascer é o que fica. É isso que o mundo tem de perceber e combater, para não acordarmos ao contrário.

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